quarta-feira, 22 de maio de 2013

Distúrbios do líquido amniótico - Resumo

DISTÚRBIOS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO - RESUMO

  • Funções do líquido amniótico:
    • Criação de um espaço físico para a configuração normal do esqueleto fetal;
    • Promoção do desenvolvimento pulmonar fetal normal;
    • Prevenção da compressão do cordão umbilical;
    • Proteção mecânica ao feto.
  • Volume normal do líquido amniótico:
    • 16 semanas gestacionais: 200 mL;
    • 28 semanas gestacionais: 1000 mL;
    • 36 semanas gestacionais: 900 mL;
    • 40 semanas gestacionais: 800 mL;
    • 42 semanas gestacionais: 200 mL.
  • Formação de líquido amniótico:
    • Urina fetal:
      • Os rins fetais começam a produzir urina antes do término do primeiro trimestre e a produção de urina aumenta até o termo;
      • À termo, a produção fetal de urina é de aproximadamente 1000 a 1200 mL/dia, sendo o volume total de líquido amniótico (LA) substituido mais de uma vez por dia.
    • Líquido pulmonar:
      • Por muito tempo, foi presumido que existia movimento de LA para os pulmões fetais, porém, dados recentes não oferecem suporte à essa idéia;
      • Na verdade, durante a gestação, os pulmões fetais produzem fluidos que saem pela traquéia e é engolido ou entra no compartimento do líquido amniótico pela boca; Essa idéia é suportada pela presença de surfactante no LA próximo ao termo;
      • Durante a respiração fetal existe movimentos de vai e volta de La, porém, tem um movimento efetivo dos pulmões para o líquido amniótico.
  • Remoção de líquido amniótico:
    • Deglutição fetal:
      • A deglutição fetal começa no início da gestação;
      • A taxa de deglutição é de aproximadamente 72 a 262 mL/Kg/dia;
      • A deglutição fetal não consegue remover todo o volume de líquido que entra no compartimento amniótico pela urina fetal e pelo líquido pulmonar e, portanto, outros mecanismos devem ocorrer.
    • Absorção Intramembranosa:
      • Essa via foi suspeitada devido a discrepância entre a taxa de produção de LA pela urina fetal e pelo líquido pulmonar e taxa de remoção pela deglutição;
      • O grande gradiente osmótico entre o LA e o sangue fetal força o movimento de LA do compartimento amniótico ao sangue fetal que circula na superfície fetal da placenta;
      • Pesquisadores notaram que 200 a 500 mL/dia deixa o compartimento amniótico por essa rota.
  • Oligoidramnios:
    • Incidência:
      • Varia entre 1 e 3%, dependendo da definição usada;
    • Consequências:
      • Risco de cesariana por sofrimento fetal;
      • Apgar diminuido no 5º minuto;
      • Risco de parto prematuro;
      • Sindrome de aspiração meconial;
      • Hipóxia fetal devido compressão do cordão pela redução do LA
    • Causas:
      • Fetais:
        • Agenesia renal;
        • Uropatia obstrutiva;
        • Rotura prematura de membranas;
        • Placentação anormal;
        • Gestação prolongada;
        • Restrição de Crescimento Intrauterino severa.
      • Maternas:
        • Desidratação/Hipovolemia;
        • Desordens Hipertensivas;
        • Insuficiência uteroplacentária;
        • Síndrome antifosfolípide;
        • Idiopática.
    • Aspectos suspeitos na anamnese:
      • História de rotura prematura de membranas;
      • Corrimento de fluido sanguinolento;
      • Calcinha molhada;
    • Sinais suspeitos no exame físico:
      • Medida do fundo de útero menor que a esperada para a idade gestacional;
      • Diminuição da circunferência abdominal;
      • Partes fetais facilmente palpáveis;
      • Desacelerações variáveis da frequência cardíaca fetal.
    • Diagnóstico ultrassonográfico:
      • Avaliação do volume do LA pela USG (avaliação subjetiva do ultrassonografista)
      • Avaliação do Índice de Líquido Amniótico (ILA):
        • Normal: ILA de 8-18 cm;
        • Oligoidrâmnio: ILA inferior a 5 cm;
        • Intermediário: ILA entre 5 e 8 cm;
        • Polihidrâmnio: ILA superior a 18 cm;
        • Utilizar a técnica dos quatro quadrantes, que consiste em dividir a área uterina em quatro quadrantes, que se cruzam na altura da cicatriz umbilical materna, e avaliar o maior bolsão de cada quadrante no seu diâmetro antero-posterior em cm. O somatório dos quatro valores obtidos constitui o ILA.
    • Tratamento:
      • Visa restaurar o volume do líquido amniótico, sendo necessário buscar o diagnóstico etiológico e, quando possível, corrigir a doença de base;
      • Hidratação materna:
        • Tem mostrado eficácia em aumentar o volume do LA;
        • Não deve ser usado se existir contraindicação para uma sobrecarga circulatória;
        • Recomenda-se um aporte total de 3 a 4 litros de líquidos por dia, preferencialmente por via oral.
      • Amnioinfusão:
        • Consiste na infusão de líquidos, principalmente solução salina, na cavidade amniótica;
        • Sua utilização ainda não é recomendada rotineiramente, estando restrita aos Centros de Referência, onde há possibilidade de monitorização por ultrassonografi a e esclarecimento das condições fetais.
      • Corticosteróides:
        • É recomendado, caso a idade gestacional esteja entre 24 e 34 semanas, para acelerar a maturidade pulmonar fetal. 
      • Monitorização:
        • Deve ser realizada avaliação periódica da vitalidade fetal pela dopplerfluuxometria e pelo perfi l biofísico fetal.
    • Conduta no parto:
      • Se o feto estiver hígido, aguardar a proximidade do termo para interrupção da gestação;
      • Utilizar monitoração eletrônica do feto no acompanhamento do trabalho de parto;
      • A oligohidramnia aumenta o risco de compressão funicular e se associa com frequência ao sofrimento fetal;
      • A interrupção da gestação por operação cesariana está condicionada à indicação materna ou ao comprometimento da vitalidade fetal.
  • Polihidrâmnio:
    • Definição:
      • Aumento excessivo do volume do líquido amniótico, superior a 2.000ml, em gestações acima de 30 semanas.
    • Incidência:
      • 1% em estudos de grandes populações.
    • Consequências:
      • Risco aumentado de parto prematuro;
      • Risco aumentado de morbidade e mortalidade perinatal;
    • Causas:
      • Maternas:
        • Diabetes Mellitus;
      • Fetais:
        • Gemelaridade;
        • Anomalias congênitas:
          • Anencefalia, hidrocefalia, microcefalia e defeitos abertos do tubo neural;
          • Atresia de esôfago ou duodeno, onfalocele, pâncreas anular e hérnia diafragmática;
          • Doença cardíaca congênita grave e arritmias cardíacas;
          • Malformações pulmonares e hipoplasia pulmonar;
          • Obstrução renal parcial ou completa e tumores renais.
        • Infecções congênitas (Sífilis, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e parvoviroses)
        • Hidropsia fetal não imune.
      • Anexiais:
        • Placenta circunvalada;
        • Síndrome de transfusão gêmelo-gemelar;
        • Transfusão feto-materna.
      • Polihidrâmnio de início precoce ou severo geralmente está associado a anomalias congênitas ou síndrome de transfusão gêmelo-gemelar;
      • Polihidrâmnio de início no terceiro trimestre geralmente tem etiologia idiopática, porém outras causas devem ser 
    • Sinais suspeitos no exame físico:
      • Medida do fundo do útero maior do que a esperada para a idade gestacional;
      • Aumento exagerado da circunferência abdominal;
      • Di culdade de palpação das partes fetais. Sensação palpatória de muito líquido;
      • Di culdade na ausculta dos batimentos cardíacos do feto;
      • Possibilidade de cervicodilatação precoce.
    • Diagnóstico ultrassonográfico:
      • Índice de líquido amniótico (ILA) superior a 18cm.
    • Tratamento:
      • É necessário buscar o diagnóstico etiológico do polihidrâmnio para a conduta adequada do tratamento e prognóstico.
      • Gestantes sem sintomatologia intensa:
        • O tratamento expectante pode ser adotado se não se evidenciou malformação fetal. A atitude conservadora se fará até a maturidade fetal ou enquanto as condições maternas permitirem.
      • Gestantes com sintomatologia acentuada recomenda-se a internação com repouso no leito e tentativas de reduzir a distensão uterina. Nesses casos pode-se adotar:
        • Amniocentese descompressiva – indicada em casos de dispneia materna progressiva ou de dor abdominal. Recomenda-se a retirada lenta e gradual do líquido amniótico (200 a 500ml/hora) sob controle ultrassonográ fico, para evitar a descompressão brusca;
        • Corticosteroides para acelerar a maturidade pulmonar fetal, caso a idade gestacional se situe entre 24 e 34 semanas;
        • Avaliação periódica da vitalidade fetal pela dopplerfl uxometria e pelo perfi l biofísico fetal.
    • Conduta no parto:
      • No trabalho de parto é recomendável o prévio esvaziamento (amniocentese descompressiva), com o objetivo de normalizar a cinética uterina e melhorar a oxigenação fetal;
      • A amniotomia, quando indicada, deverá ser praticada com cuidado, pelo risco do prolapso de cordão e do descolamento prematuro da placenta;
      • A interrupção da gestação por operação cesariana está condicionada à indicação materna ou ao comprometimento da vitalidade fetal.

Um comentário:

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